A propósito deste anúncio feliz, lembrei-me de um folheto publicitário lançado em 2006 pela Região de Turismo da Serra da Estrela, da autoria do seu presidente, Jorge Patrão, com o título "Onde a Natureza Vive!". Com esse folheto a RTSE conseguiu a proeza de, em oito páginas, dar menos destaque à natureza do que o Turismo de Espanha com o anúncio de página simples acima ilustrado. Caramba, apesar do título do folheto, o que pretenderia ao certo a RTSE vender, e ao certo a quem? Terão, ao menos, pensado nisso? O "belo do folheto" foi analisado em detalhe (e em barrigadas de riso) pelo Estrela no Seu Melhor, aqui (e depois, sobre a versão em castelhano, aqui). Dois posts que valem bem a pena, tanto um como o outro. Por ljma às 17:07 0 comentário(s) Citações Tópico(s): RTSE Domingo, Novembro 02, 2008 Por ljma às 23:20 2 comentário(s) Citações Tópico(s): Outono Quinta-feira, Outubro 30, 2008 Amanita muscaria, se não me engano. Se for, é tóxico. Por ljma às 23:45 0 comentário(s) Citações Tópico(s): Outono O homem que plantava árvores "O homem que plantava árvores" é truth about enzyte um belíssimo conto escrito por Jean Giono em 1953, que pode ler na íntegra no site da ASE. É uma história belíssima. Façamo-la realidade na serra da Estrela. Foi produzido um filme de animação a partir deste conto, belíssimo também, que pode encontrar aqui. Foi deste site que roubei a imagem acima. Por ljma às 08:23 1 comentário(s) Citações Tópico(s): Milhões de carvalhos Quarta-feira, Outubro 29, 2008 Ouve-se frequentemente a frase que dá o título a este post. É verdade que o turismo da serra vive da neve. Mas não é verdade que tenha que viver da neve, apenas da neve, não é verdade que tenha que viver principalmente da neve, sequer. No Gerês há turismo de montanha. Mas não consta que neve lá mais do que cá. Aliás, o Gerês está cheio de turistas, até (ou principalmente) no Verão. E não consta que, no Gerês, neve no Verão. De que vive o turismo no Gerês, já que não é da neve? De passeios pedestres; de passeios de bicicleta; de passeios a cavalo; de canoagem; de canyoning; de escalada; de termas; de natureza; de outras coisas de que não me estou a lembrar. Porque é que nós por cá não podemos viver também dessas coisas todas? Não será a nossa serra apropriada para alguma delas? Ou será que não as aproveitamos porque, como temos neve, nem pensamos nessas outras possibilidades? Penso que parte da resposta está aí. Mas não é só isso. De facto, no Gerês não há neve (ou não a há em quantidade que permita "viver da neve") e há turismo, mas noutras montanhas onde há neve, e mais até do que na Estrela, há também um turismo diversificado, no Inverno e no Verão. Nessas outras montanhas, apesar de nevar (e, repito, mais ainda do que na Estrela), não se vive só da neve, não se vive, sequer, principalmente da neve. De que montanhas estou a falar? Para não ir mais longe, da sierra Nevada, dos Pirinéus, dos Alpes. Essas montanhas estão cheias de turistas, também no Verão. E de que vive o turismo nessas montanhas, para além da neve? De passeios pedestres; de passeios de bicicleta; de passeios a cavalo; de canoagem; de canyoning; de escalada; de termas; de natureza; de outras coisas de que não me estou a lembrar. Ou seja, noutros lugares onde também neva, há turismo para além da neve. Porque será então que por cá vivemos da neve, apenas da neve? Posso estar enganado, mas suspeito que uma razão principal se prende com algo que temos cá, e que não existe em mais montanha nenhuma que eu conheça: uma concessão exclusiva do turismo e dos desportos (a da Turistrela), definida há mais de trinta anos (1971) e com prazo de validade por outros tantos ainda por vir. Passados trinta anos a pôr os ovos todos no mesmo cesto e a vê-los partirem-se no chão, era altura de se começar a perceber que não só o cesto onde os temos estado a pôr parece claramente estar roto, como se calhar (lá diz o ditado), era melhor usarmos muitos cestos, de diversas formas, feitios, e tamanhos. Ou então não. Continuemos no "Nós aqui vivemos da neve" com que tão bons resultados temos conseguido. Por ljma às 23:44 1 comentário(s) Citações Tópico(s): Região de Turismo, RTSE, Turistrela Terça-feira, Outubro 28, 2008 Quercus pyrenaica, a cerca de 1700m de altitude. Este carvalho negral é possivelmente o que se encontra a maior altitude que conheço (referi outros candidatos aqui). Ainda um pouco mais alto, nesta mesma zona (perto do túnel na estrada Piornos-Torre), encontram-se algumas tramazeiras, como aquela a que chamo a tramazeira zen. Cá mais para baixo, os carvalhos-negral ainda estão vestidos de verde. Aliás, um vizinho do que aqui ilustro, a poucos metros de distância, continua ainda bem verdinho! Por ljma às 17:40 1 comentário(s) Citações Tópico(s): Outono Não sou bairrista Perdoem-me este texto mais pessoal, motivado por alguns posts que de vez em quando aparecem em blogs da Covilhã, da Guarda e de Seia. Não sou bairrista nem entendo os bairristas. Moro na Covilhã há quase vinte anos. Sinto-me covilhanense. Gosto de morar na Covilhã. Quando vou a Manteigas, Guarda, Seia, Gouveia (e um longo etc, que abrevio com desculpas aos que assim foram "abreviados"), penso sempre: como gostaria de morar aqui! Fico contente quando descubro sinais de desenvolvimento (a sério) e de modernidade (a sério) onde quer que os veja. Por exemplo, quando penso no CISE de Seia, não rumino ressentimentos por ser lá e aqui não existir algo semelhante, nem desato a gritar aqui d'el Rey que Seia nos ultrapassa (insinuando ademais, como é costume neste discurso bairrista, que se trata de uma ultrapassagem ilegítima, a modos que "pela direita")! É claro que tenho pena por não haver na Covilhã nada do género, mas festejo a sua existência em Seia. E aproveito-a sempre que posso. O mesmo com o Teatro Municipal da Guarda. Se não existe um na Covilhã, é pena! Mas acredito que (também para os covilhanenses) é bom que o TMG exista na Guarda. E mesmo que houvesse um igual na Covilhã! Volto a repetir algo que disse há tempos: parece-me cristalinamente óbvio que todos os concelhos têm tudo a ganhar com o desenvolvimento de ofertas turísticas e culturais de qualidade em todos os concelhos. Já que mais não fosse, porque pretendo tirar o máximo proveito delas todas. Ah, se o ridículo matasse... Um querido amigo respondeu-me uma vez, a uma pergunta sobre a sua origem, algo como: "Eu, da Covilhã?! Alguma vez?! Até me matava!!! Nem pensar, eu cá sou é do Tortosendo!" (Se não percebeu, veja num mapa da região onde fica o Tortosendo e a Covilhã.) Não, não tenho dúvidas: não sou bairrista, nem entendo os bairristas. Por ljma às 13:18 3 comentário(s) Citações Segunda-feira, Outubro 27, 2008 Quercus rubra, perto do parque da floresta (~800 m alt.), Covilhã. Por ljma às 23:36 0 comentário(s) Citações Tópico(s): Outono Duas notícias Diário XXI de 21 de Outubro (PDF, 11MB), página 3: Diário XXI, 27 de Outubro (PDF, 11MB), página 4: Ou seja, a Câmara Municipal da Covilhã estabelece acordos com o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade para a criação de uma mini-cidade de vivendas de segunda habitação "para concorrer com os Alpes e os Pirinéus"; a de Seia idem, mas para a investigação sobre os valores naturais, paisagísticos e culturais da serra da Estrela. Estas duas notícias revelam muito sobre as atitudes das duas autarquias face à serra da Estrela e face ao que deve ser o turismo na serra da Estrela. É escusado dizer qual nos agrada mais. Por ljma às 12:24 0 comentário(s) Citações Tópico(s): CMCovilhã Domingo, Outubro 26, 2008 ... De caducifólias na encosta da Covilhã, a cerca de 1000 m de altitude. Carvalhos-alvarinho e negral (ainda com o tom verde), carvalhos-americanos (avermelhados), bétulas e bordos (amarelelados) castanheiros, tramazeiras, freixos (todos ainda de verde, também). Dispersos por todo o lado, pinheiros-bravos. Rondam por esta encosta gaios, javalis, esquilos, lebres, raposas. Na Primavera e Verão, encontramos frequentemente rapinas como o tartaranhão-caçador e a águia-calçada. |